O bom é que o Nolan inverte a própria lógica também: quanto mais ele explica o filme, menos você entende. Talvez o Mãe! dele. Coloca tanta coisa no meio que os acontecimentos vão perdendo um significado e a imagem vale por si. Mesmo que essa “abstração” não seja a intenção (provavelmente ele realmente espera que […]
MANK (2020)
Gosto como o Fincher não tenta emular um filme dos anos 30 ou 40. Inclusive parece que a unidade estilística dele reforça justamente o que existe de mais artificial nesse entorno: as sacadas nos diálogos, a pose dos atores, os cenários grandiosos, a natureza falsa na paisagem (a cena do zoológico particular é das que […]
LINDINHAS (2020)
Existe um COMPLEXO DE JOSÉ PADILHA bem claro. O filme quer evidenciar essa sexualização das crianças, quer colocar isso em debate e até problematizar esses efeitos, mas acaba vibrando com essa própria sexualização de forma duvidosa. Eu entendo que essa ambiguidade possa fazer parte do olhar da cineasta sobre o tema: a sexualização não existe […]
ESTOU PENSANDO EM ACABAR COM TUDO (2020)
Gosto de algumas coisas no começo do filme. Principalmente na sequência do carro. Me parece que quando o Kaufman se limita a um só espaço, ele lida melhor com essa livre associação de ideias. Acaba revelando um possível potencial do texto que não depende tanto das ilustrações e que, a partir da encenação com os […]
O HOMEM INVISÍVEL (2020)
É curioso como o filme aproxima uma pegada tradicional do cinema de gênero (a premissa fantasiosa clássica do homem invisível) com uma abordagem atmosférica que está em voga (o fatídico pós-horror e companhia). Mas diferente de filmes como Hereditário ou Ao Cair da Noite, o diretor está interessado em um princípio que remete mais diretamente […]
JOIAS BRUTAS (2019): Entre a banalidade e o sagrado
Irmãos Safdie realizam um filme sobre o aspecto sagrado do acaso.
A minuciosidade de 1917 (2019)
Em um filme de produção grandiosa, Sam Mendes articula o drama a partir de pequenos detalhes.
PARASITA (2019): A encenação como resistência
Bong Joon-ho reflete sobre a natureza política da encenação.
A NOITE AMARELA (2019): Coming of age à David Lynch
Ramon Porto Mota propõe uma jornada obscura entre a tecnologia e a angústia adolescente.
MORTO NÃO FALA (2018): A versatilidade do terror
Dennison Ramalho concilia realismo com tradições clássicas do horror.
O FIM DA VIAGEM, O COMEÇO DE TUDO (2019): Jornada metafísica
Kiyoshi Kurosawa revela o sagrado implícito na realidade.
CORINGA (2019): Entre o riso e o desespero
Todd Phillips faz da comédia um artifício do absurdo.
ERA UMA VEZ EM… HOLLYWOOD (2019): Fabulações do real
Quentin Tarantino rejeita saudosismo simplista em filme sobre a força restauradora do cinema.
DEMOCRACIA EM VERTIGEM (2019): Poesia higienizada
Petra Costa propõe retrato superficial e alienado sobre a política nacional.
BARONESA (2017): A recusa pelo artifício
Juliana Antunes faz um filme sobre a força sugestiva do relato.
O HOTEL ÀS MARGENS DO RIO (2018): Vislumbres de um mundo em desencanto
Em filme mórbido, Hong Sang-soo faz da presença um elemento fantasmagórico.
JOHN WICK 3: PARABELLUM (2019) – A evidência do espetáculo
No melhor filme da franquia, Chad Stahelski equilibra a ação realista com a ritualização dos seus espaços.
O realismo sombrio de CIDADE TENEBROSA (1953)
Através de aproximação crua, André De Toth evidencia relações de autoridade e submissão.
DRAGGED ACROSS CONCRETE (2018): A violência essencial
Em abordagem rígida, S. Craig Zahler reduz a violência à sua essência mais brutal.
CINEMA E IDEOLOGIA: Para além das boas intenções
Até que ponto devemos julgar um filme apenas pela importância do seu tema?