O spaghetti western foi um subgênero do western que surgiu na Europa nos anos 1960, com destaque para produções italianas em parceria com outros países.
Até meados da década de 1970, esses filmes se distanciaram do western clássico norte-americano ao adotar um estilo mais exagerado, explícito e violento.
Além da estética marcante, alguns também apresentavam um conteúdo político muito direto, tornando-se mais incisivos do que muitos westerns tradicionais dos EUA.
Confira, nesta lista, 10 obras essenciais deste marcante subgênero:
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A TRILOGIA DOS DÓLARES
Sergio Leone
Os três filmes estão disponíveis no Prime Video
A Trilogia dos Dólares, de Sergio Leone, é composta por Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965) e Três Homens em Conflito (1966).
Os filmes popularizaram o western spaghetti e estabeleceram Clint Eastwood como o icônico Pistoleiro Sem Nome.
Com estilo marcante, trilha de Ennio Morricone e narrativa seca e violenta, a trilogia redefiniu o gênero com anti-heróis cínicos, duelos tensos e visuais impactantes.
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DJANGO (1966)
Sergio Corbucci
Disponível no Looke e Oldflix
Django (1966), de Sergio Corbucci, acompanha um ex-soldado da União que carrega um caixão e se envolve na disputa entre revolucionários mexicanos e um clã racista.
Apesar da semelhança com Por um Punhado de Dólares (1964), o filme adota um tom mais rústico e realista, contrastando com a estilização operística de Leone.
A violência em Django é visceral e crua, intensificada pelo uso de câmera na mão e uma decupagem espontânea.
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O DIA DA DESFORRA (1967)
Sergio Sollima
O Dia da Desforra (1967), de Sergio Sollima, acompanha um caçador de recompensas perseguindo um mexicano acusado de estupro, mas a trama se complexifica ao revelar críticas à burguesia norte-americana e seu falso progresso.
O filme adota um realismo mais contido que Django (1966), mas evoca Arthur Penn ao equilibrar nostalgia pelo gênero e uma abordagem crua da violência.
A cena de tiroteio com Lee Van Cleef preso em uma casa exemplifica esse realismo, reforçando a fusão entre subtexto político e ação meticulosamente dirigida.
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GRINGO (1967)
Damiano Damiani
Disponível no Oldflix
Dentro do western spaghetti, surgiu a tendência dos westerns Zapata, ambientados na Revolução Mexicana e com um viés político mais à esquerda.
Gringo (1966), de Damiano Damiani, é um dos principais exemplos, narrando a relação ambígua entre um americano e um grupo de revolucionários mexicanos.
Esteticamente, o longa equilibra realismo e estilização, com toques de humor.
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O VINGADOR SILENCIOSO (1968)
Sergio Corbucci
Disponível no Looke e Oldflix
O Vingador Silencioso (1968), de Sergio Corbucci, é um dos westerns spaghetti mais radicais e revisionistas.
A trama acompanha Silence (Jean-Louis Trintignant), um pistoleiro mudo que enfrenta caçadores de recompensa sem escrúpulos em uma cidade isolada e coberta pela neve. Seu principal inimigo é o sádico Loco (Klaus Kinski), que lucra matando fugitivos sob a proteção da lei.
Diferente de Django (1966), que flerta com o cinema B, este filme aposta em uma estética grandiosa, filmada inteiramente na neve, mas com uma decupagem instável e um uso explícito de zooms e câmera na mão.
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ERA UMA VEZ NO OESTE (1968)
Sergio Leone
Disponível na Netflix e Looke
Em Era uma Vez no Oeste(1968), de Sergio Leone, um misterioso pistoleiro chamado Harmonica (Charles Bronson) chega a uma cidade do Velho Oeste em busca de vingança contra Frank (Henry Fonda), um impiedoso assassino a serviço de um magnata do progresso ferroviário.
Paralelamente, Jill McBain (Claudia Cardinale), uma ex-prostituta, herda terras valiosas e se vê no centro de uma disputa mortal. Com um ritmo contemplativo, duelos intensos e uma trilha inesquecível de Ennio Morricone, o filme é um épico grandioso que desconstrói os mitos do western clássico.
Este filme representa o ápice de Sergio Leone no western spaghetti, ampliando a duração das ações e intensificando a tensão por meio de seu senso de escala único.
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MEU NOME É NINGUÉM (1973)
Tonino Valerii
Disponível no Looke e Oldflix
Meu Nome é Ninguém (1973) tenta equilibrar o western clássico e o humor, contrastando Henry Fonda, como um pistoleiro veterano, com Terence Hill, um jovem esperto e brincalhão.
O filme busca a grandiosidade visual típica de Sergio Leone, mas também aposta em cenas cômicas com efeitos que reforçam a irrealidade das ações de Hill.
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KEOMA (1976)
Enzo G. Castellari
Disponível no Looke e Oldflix
Keoma (1976) é frequentemente visto como um dos últimos grandes westerns spaghetti. A trama acompanha Keoma (Franco Nero), um homem que retorna à sua cidade natal após a Guerra Civil Americana e encontra o local devastado pela peste e dominado por um tirano. Ao tentar ajudar os oprimidos, ele entra em conflito com seus próprios irmãos adotivos, que servem ao inimigo.
O filme combina o rigor visual de Sergio Leone com momentos de realismo e uma montagem experimental, criando uma narrativa estilisticamente ambiciosa.