O Japão foi responsável por uma das indústrias mais produtivas e expressivas do cinema. Os grandes mestres japoneses conseguiam dialogar com o público sem perder a sofisticação estilística de suas obras.
Além disso, o Japão contou tanto com uma fase clássica muito rica, representada por cineastas como Yasujirō Ozu e Kenji Mizoguchi, assim como uma fase moderna bastante questionadora representada pelos realizadores da Nuberu Bagu.
Confira 10 filmes essenciais para conhecer o Cinema Japonês:
SOULS ON THE ROAD (1921) – Minoru Murata
Fortemente influenciado por Intolerância (1916), de D. W. Griffith, o longa adapta três histórias de autores distintos para propor uma reflexão sobre a compaixão.
O cineasta usa planos rigorosos que remetem a uma tradição teatral, mas alia uma decupagem e montagem mais dinâmicas de influência ocidental.
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SR. OBRIGADO (1936) – Hiroshi Shimizu
O filme mostra um motorista que dirige um ônibus e agradece a todos que dão passagem para o seu veículo nas ruas e estradas.
A obra explora os acontecimentos em torno dessa viagem e os dramas pontuais de seus passageiros através de uma abordagem realista para a época, atestando uma dinâmica formal moderna.
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ERA UMA VEZ EM TÓQUIO (1953) – Yasujirō Ozu
Um casal de idosos vai visitar seus filhos já adultos em Tóquio, mas durante o tempo que ficam na cidade os filhos não dão atenção para eles.
Ozu integra vários elementos da cultura japonesa em suas escolhas de linguagem. O resultado é uma obra subversiva pela maneira que quebra convenções ocidentais e conservadora pela forma que defende seus valores.
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CONTOS DA LUA VAGA (1953) – Kenji Mizoguchi
Ambientado no meio das guerras civis durante o século XVI, o filme mostra dois homens que são vítimas da própria ambição e luxúria.
Apesar de sugerir aspectos fantasiosos, a câmera de Mizoguchi é bastante direta em sua abordagem e prioriza planos gerais que sempre revelam seus personagens por completo.
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OS SETE SAMURAIS (1954) – Akira Kurosawa
O filme mostra um grupo de samurais que ajuda um vilarejo a se proteger de bandidos.
Kurosawa usa lentes teleobjetivas para captar detalhes das cenas de batalhas e equilibra muito bem a violência crua com um aspecto lírico nas resoluções dramáticas.
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NUVENS FLUTUANTES (1955) – Mikio Naruse
O longa de Naruse mostra uma mulher que volta para Tóquio à procura de seu amante após trabalhar como secretária na Indochina durante a guerra.
Enquanto o filme narra uma devastação gradual dessa personagem, ele revela, também, uma desolação muito peculiar do Japão no pós-guerra.
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TODOS PORCOS (1961) – Shōhei Imamura
Um dos marcos da Nuberu Bagu, o filme mostra um jovem que trabalha para a Yakuza e cuida de um esquema ilegal de criação de porcos.
A abordagem estética de Imamura é bem mais realista do que os filmes tradicionais das décadas passadas e o drama raramente romantiza seus personagens.
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TÓQUIO VIOLENTA (1966) – Seijun Suzuki
Um criminoso da Yakuza tenta abandonar sua vida ilegal após sua gangue se separar.
Com uma abordagem assumidamente maneirista, Seijun Suzuki converte a violência de seu filme em uma poderosa experiência de sentidos.
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AKIRA (1988) – Katsuhiro Otomo
Os animes, animações que geralmente são baseadas em mangás, possuem um papel extremamente importante no contexto audiovisual moderno e contemporâneo do Japão.
Akira (1988), uma história cyberpunk que mistura ação e drama, possui uma dinâmica cinematográfica que ajudou a legitimar esse formato.
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SHARA (2003) – Naomi Kawase
Shara (2003) mostra o dia a dia de uma família alguns anos depois do desaparecimento de um dos filhos.
Em um dos maiores marcos do cinema contemporâneo, a diretora Naomi Kawase propõe uma relação mística entre a câmera e a presença de seus personagens. O filme é tido como um dos mais essenciais da tendência do Cinema de Fluxo.
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