10 Filmes Essenciais do Neorrealismo Italiano

A partir dos anos 1940 e principalmente depois da Segunda Guerra, começam a surgir movimentos no cinema que buscam uma relação mais livre com a linguagem ao mesmo tempo que discutem temas sociais.

O Neorrealismo Italiano foi um dos primeiros desses movimentos. As obras neorrealistas influenciaram tanto a Nouvelle Vague francesa como o Cinema Novo brasileiro ao propor uma liberdade dramática que remete até mesmo a métodos documentais.

Confira, nessa lista, 10 filmes essenciais do Neorrealismo Italiano:

O CORAÇÃO MANDA (1942) – Alessandro Blasetti

Ainda que seja considerado uma obra pré-neorrealista, o filme de Blasetti remete ao movimento tanto pelos seus temas como também por uma abordagem visual mais direta com seus cenários e espaços.

OBSESSÃO (1943) – Luchino Visconti

Considerado por alguns teóricos como o marco inicial do movimento, Obsessão (1943) possui características essenciais do neorrealismo.

Além de retratar a vida de um casal marginalizado, o diretor explora as locações e paisagens como elementos expressivos vitais para o drama.



VÍTIMAS DA TORMENTA (1946) – Vittorio De Sica

Essa é a história de dois garotos que são engraxates em Roma e que sonham em comprar um cavalo. Após serem enganados pelo irmão de um deles, acabam em uma prisão para crianças infratoras.

Vittorio De Sica explora muito bem a interação entre os personagens e o espaço impessoal e decadente em que eles são aprisionados.

A TRILOGIA DA GUERRA DE ROBERTO ROSSELLINI

ROMA, CIDADE ABERTA (1945)
PAISÀ (1946)
ALEMANHA, ANO ZERO (1948)

A trilogia da guerra foi como ficou conhecido o conjunto de três filmes do diretor Roberto Rossellini lançados entre 1945 e 1948.

Tais filmes tratam sobre o efeito da Segunda Guerra Mundial na Europa e conseguem assimilar muito bem a devastação física e o estado psicológico e social dos personagens.



LADRÕES DE BICICLETA (1948) – Vittorio De Sica

Ladrões de Bicicleta talvez seja o filme mais icônico do movimento.

Apesar do enredo simples, o diretor explora muito bem o individualismo e a desolação no contexto do pós-guerra na Itália.



A TERRA TREME (1948) – Luchino Visconti

Filmado com cidadãos da costa da Sicília e no dialeto da região, o filme de Visconti  conta a história de um jovem pescador que se sente explorado por compradores de peixe. 

Em uma busca mais humana em seus filmes, o cineasta lança mão de uma abordagem crua que beira o documental.



ARROZ AMARGO (1949) – Giuseppe De Santis

Giuseppe De Santis busca equilibrar a preocupação social do movimento com uma abordagem cinematográfica um pouco mais comercial.

Em Arroz Amargo, o diretor evidencia tanto as condições insalubres dos trabalhadores em uma fazenda de arroz como também se utiliza de apelos de gêneros como o romance e até o policial.



DOIS VINTÉNS DE ESPERANÇA (1952) – Renato Castellani

O filme de Renato Castellani se adequa a uma possível vertente mais leve e até comercial  do movimento que alguns teóricos chamam de “neorrealismo rosa

Apesar da premissa dramática sobre um jovem que volta da guerra e tenta sustentar sua família, a abordagem do filme é menos pessimista e, em certos momentos, flerta até mesmo com a comédia.