Ainda que alguns países da América Latina não mantenham uma produção cinematográfica tão regular, é possível reconhecer uma variedade de obras latino-americanas muito rica ao longo da história.
Confira 8 filmes de 8 países distintos desse contexto!
Como estamos sempre indicando filmes brasileiros em outras postagens, não iremos incluir o Brasil nessa seleção.
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MARIA CANDELÁRIA (1944)
Emilio Fernández
México
Maria Candelaria, uma jovem indígena, é rejeitada e sofre preconceito por ser filha de uma prostituta.
Seguindo uma linguagem clássica, Emilio Fernández retrata a inocência de sua personagem ao mesmo tempo que lida com convenções melodramáticas.
Este filme foi o primeiro longa latino-americano a ganhar o prêmio máximo no Festival de Cannes.
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ARAYA (1959)
Margot Benacerraf
Venezuela
Araya é um documentário observacional e poético que mostra o cotidiano de uma comunidade na península de Araya que vive da pesca e da extração do sal.
O filme remete a certas tradições de filme-ensaio e foi exibido no Festival de Cannes de 1959, onde compartilhou o prêmio da crítica com Hiroshima, Meu Amor (1959), de Alain Resnais.
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MEMÓRIAS DO SUBDESENVOLVIMENTO (1968)
Tomás Gutiérrez Alea
Cuba
O longa relata o cotidiano de um homem de uma família rica que ficou em Cuba após a revolução. Ele passa seus dias observando Havana e refletindo sobre a situação do seu país e dos seus habitantes.
O filme integra uma tradição de cinema político com escolhas estéticas e narrativas que remetem aos dramas existencialistas de Michelangelo Antonioni.
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A HORA DOS FORNOS (1968)
Fernando Solanas, Octavio Getino
Argentina
Nesse documentário de mais de 4 horas, os cineastas propõem uma contextualização histórica do panorama político conturbado da Argentina e de parte da América Latina.
A narração mistura dados objetivos e históricos com impressões líricas enquanto a montagem segue uma estrutura livre e dinâmica que se utiliza de imagens de diferentes formatos.
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O SANGUE DO CONDOR (1969)
Jorge Sanjinés
Bolívia
O Sangue do Condor (1969) mostra uma comunidade indígena que recebe ajuda de um grupo de americanos, porém descobre-se que esses estrangeiros estavam esterilizando algumas mulheres sem o consentimento delas.
A obra possui uma abordagem bastante direta e realista com a câmera e tem boa parte de suas cenas faladas na língua índigena quechua.
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VALPARAÍSO, MI AMOR (1969)
Aldo Francia
Chile
O filme mostra um grupo de crianças que ficam desamparadas após a prisão de seu pai e são marginalizadas pela sociedade enquanto amadurecem ao seu modo.
O cineasta usa muito bem os ambientes da cidade para tornar essa história ainda mais realista em uma abordagem que remete tanto ao neorrealismo italiano como também aos primeiros filmes do brasileiro Nelson Pereira dos Santos.
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WHISKY (2004)
Juan Pablo Rebella, Pablo Stoll
Uruguai
Um homem pede que uma funcionário de sua fábrica finja ser sua esposa enquanto seu irmão o visita.
Os cineastas conciliam uma abordagem austera que remete aos filmes de Chantal Akerman com situações cativantes e inusitadas.
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HAMACA PARAGUAYA (2006)
Paz Encina
Paraguai
O filme se passa em 1935 e mostra um casal de idosos em um lugar remoto esperando o filho voltar da Guerra do Chaco.
A obra não possui uma evolução narrativa evidente e reforça, a partir de uma abordagem contemplativa e minimalista, aspectos visuais e sonoros do cotidiano do ambiente e das pessoas que retrata.