O que foi a ERA DE OURO DE HOLLYWOOD?

A Era de Ouro de Hollywood é o nome dado ao período que vai dos anos 1920 aos anos 1960, quando grandes estúdios dos Estados Unidos estabeleceram um modelo específico de produção e um estilo clássico e grandioso de filmagem.

Neste artigo, analisaremos como a Era de Ouro se originou, quais filmes tiveram um papel relevante nesse período e de que forma essa tendência entrou em decadência.

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A ORIGEM DE HOLLYWOOD

A origem de Hollywood está diretamente ligada a alguns fatores específicos. Em seu livro História do Cinema: Dos Clássicos Mudos ao Cinema Moderno, Mark Cousins propõe uma síntese de um dos principais fatores: uma guerra de patentes que começou na virada do século XIX para o século XX.

Thomas Edison, grande inventor e figura importante nas origens do cinema, percebeu que a indústria cinematográfica se expandiria cada vez mais e decidiu patentear aspectos essenciais do processo cinematográfico.

Como ele não poderia patentear o filme propriamente dito — já que quem inventou o filme de rolo foi George Eastman —, ele registrou patentes sobre aspectos específicos do processo de filmagem e projeção.

Por exemplo, em 1891, Edison patenteou as perfurações no filme que permitiam a movimentação da película dentro da câmera. Assim, qualquer pessoa que quisesse usar filmes com perfurações — ou seja, praticamente qualquer um que quisesse fazer um filme — teria que pagar royalties a Thomas Edison.

Motion Picture Patents Company

Algumas empresas produtoras aceitaram as imposições de Edison e, em 1908, criaram uma espécie de consórcio: um grupo de produtores que seguia suas regras. Esse consórcio, chamado Motion Picture Patents Company, tinha como objetivo monopolizar a indústria do cinema.

Eles estabeleceram várias regras arbitrárias e restrições para aqueles que quisessem produzir ou exibir filmes. Enquanto isso, outros produtores não aceitaram essas imposições, recusaram-se a entrar nesse truste e buscaram escapar dessas restrições.

Muitas empresas que desejavam evitar as imposições de Edison e se recusavam a pagar royalties abusivos mudaram-se para a Costa Oeste dos Estados Unidos, fugindo da influência e das regulações do inventor.

Essas empresas se estabeleceram na Califórnia, na região que hoje é Hollywood. A área tinha impostos baixos, um clima favorável e vários teatros ativos — um ambiente propício para o negócio do cinema e distante de Nova York, onde Edison exercia maior influência.

Em 1915, a Motion Picture Patents Company foi declarada ilegal pelas leis antitruste dos Estados Unidos, o que abriu ainda mais caminho para que as empresas fora do controle de Edison prosperassem.

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A ERA DE OURO

Antes da Primeira Guerra Mundial, países como a França e a Itália possuíam uma indústria cinematográfica muito rica.

Cabíria (1914), de Giovanni Pastrone, representou o ápice do cinema épico italiano e influenciou até mesmo D.W. Griffith. Já a Pathé, fundada no final do século XIX na França, chegou ao século XX como a maior empresa cinematográfica do mundo.

Entretanto, a Primeira Guerra enfraqueceu a indústria desses países, que passaram a importar mais filmes dos Estados Unidos, fortalecendo vários dos estúdios de Hollywood.

Asas (1927) – William A. Wellman

Ainda nas décadas de 1910 e 1920, os estúdios começaram a investir não só na produção, mas também na distribuição e na exibição de filmes. Eles adquiriram salas de cinema nos Estados Unidos e passaram a ser responsáveis por todas as fases da criação cinematográfica.

Surgiu, então, essa verticalização completa, na qual uma única empresa dominava todas as etapas da produção de um filme, da concepção à exibição. Essa estrutura gerou uma lógica de linha de montagem, em que os estúdios funcionavam como fábricas, concebendo os filmes como produtos do início ao fim, o que os fortaleceu ainda mais financeiramente.

A partir dos anos 1920, com a produção em massa de Hollywood, a crescente influência desses filmes no resto do mundo e a ascensão do cinema sonoro, iniciou-se a Era de Ouro.

Alguns filmes marcantes dessa fase foram O Garoto (1921), Os Dez Mandamentos (1923), Ben-Hur (1925), Asas (1927) e O Cantor de Jazz (1927).

Nessa fase inicial, os estúdios também produziam filmes um pouco mais ousados e apelativos, principalmente envolvendo violência e temas sexuais, como Scarface: A Vergonha de uma Nação (1932) e Serpente de Luxo (1933).

Serpente de Luxo (1933) – Alfred E. Green

Devido à pressão de parte da sociedade e de instituições conservadoras, Hollywood adotou um código de autocensura — chamado Código Hays — em 1930, mas ele só passou a ser aplicado de maneira mais rígida a partir de 1934.

Esses filmes mais ousados, produzidos antes da aplicação efetiva do Código Hays, ficaram conhecidos como Pre-Code.

Durante todo esse período, Hollywood tornou seu método de “linha de montagem” ainda mais sofisticado. Os estúdios geralmente mantinham contratos com atores e atrizes específicos, bem como com outros profissionais do meio.

O projeto do filme, geralmente definido por um produtor, passava por várias fases de maneira metódica, sempre sob um rigoroso controle de qualidade. Alguns diretores tinham mais liberdade, mas, na maioria das vezes, a figura do produtor exercia maior influência sobre o processo.

Em 1939, a Era de Ouro de Hollywood atingiu um possível ápice, tanto em termos artísticos quanto industriais. Podemos citar três filmes absolutamente marcantes dessa fase:

No Tempo das Diligências (1939), de John Ford, marcou o renascimento do gênero western e consolidou John Wayne como uma figura emblemática desse estilo cinematográfico.

O Mágico de Oz (1939) – Victor Fleming, King Vidor

O Mágico de Oz (1939) legitimou o padrão de três tiras da Technicolor e contribuiu para a consolidação do cinema em cores.

David O. Selznick, um dos maiores produtores da indústria, lançou ...E o Vento Levou (1939), um dos filmes mais caros e lucrativos da época.

Durante os anos 1940, Hollywood se envolveu com o contexto da Segunda Guerra tanto na produção de dramas de teor patriótico (e até de propaganda) quanto na criação de documentários sobre os acontecimentos trágicos na Europa.

Desde Que Partiste (1944), por exemplo, é um melodrama que enfatiza a importância do sacrifício dos americanos pelo seu país durante a Segunda Guerra.

Desde Que Partiste (1944) – John Cromwell

O filme possui elementos visuais marcantes, como fotografia sombria contrastada e alta profundidade de campo (o fundo focado ao redor dos personagens), que sugerem sensações como incerteza e esperança, dialogando com aquele momento histórico.

Outros dramas de guerra e filmes heroicos marcantes incluem Sargento York (1941), Casablanca (1942) e Rosa de Esperança (1942).

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A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS CINEMATOGRÁFICOS

Um fator importante para a popularização dos filmes de Hollywood, tanto nos Estados Unidos quanto no cenário internacional, foi o fato de esses filmes explorarem gêneros com convenções já estabelecidas por outras tradições e linguagens.

Dessa forma, o público poderia escolher um filme de acordo com seu gosto pessoal e, em parte, já saberia até mesmo o que esperar daquela obra.

O Médico e o Monstro (1931) – Rouben Mamoulian

Em seu texto Do Naturalismo ao Realismo Crítico, o teórico Ismail Xavier destaca que um dos ingredientes essenciais para o sucesso do cinema de Hollywood foi o fato de os filmes pertencerem a gêneros narrativos de leitura fácil, com convenções bem definidas e de popularidade comprovada por uma longa tradição, como melodramas, aventuras e narrativas fantásticas.

O crítico e teórico André Bazin, em seu texto A Evolução da Linguagem Cinematográfica, reconhece alguns gêneros que, entre os anos 1930 e 1940, asseguraram a superioridade de Hollywood.

Bazin descreve alguns desses gêneros e cita exemplos pontuais, tais como:

Comédia americana: A Mulher Faz o Homem (1939)
Burlesco: os filmes dos Irmãos Marx
Filme de dança e music-hall: Ziegfeld Follies (1945), os filmes de Fred Astaire e Ginger Rogers
Filme policial e de gângsteres: Scarface: A Vergonha de uma Nação (1932), O Fugitivo (1932), O Delator (1935)
Drama psicológico e de costumes: Marido Alheio (1932), Jezebel (1938)
Filme fantástico ou de terror: O Médico e o Monstro (1931), O Homem Invisível (1933), Frankenstein (1931)
Western: No Tempo das Diligências (1939)

Bazin destaca gêneros com regras bem elaboradas e que, segundo ele, seriam capazes de agradar a um amplo público internacional e interessar também uma elite culta, contanto que essa elite não fosse, a priori, hostil ao cinema.

Até os dias de hoje, grande parte do sucesso de Hollywood se deve ao fato de os estúdios priorizarem gêneros ou subgêneros de forte apelo popular.

Com o advento do blockbuster, nos anos 1970, os gêneros passaram até mesmo a misturar certas convenções de tradições distintas (por exemplo, romance e ação) para que a obra se tornasse mais estimulante e apelativa.

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A AUTORIA EM HOLLYWOOD

O contexto de Hollywood foi muito criticado devido ao processo “automatizado” dos estúdios, já que as obras eram concebidas como produtos dentro de uma espécie de produção em série.

No entanto, é importante lembrar que, mesmo dentro dessa possível dinâmica de fabricação em massa, havia vários cineastas autorais que possuíam certas liberdades ou que conseguiam imprimir sua marca pessoal, mesmo dentro de um sistema mais rígido.

John Ford e Howard Hawks, cineastas que fizeram parte desse contexto da era de ouro, trabalharam com gêneros bastante massificados, como western, noir e comédia, mas conseguiram impor um olhar próprio sobre suas premissas e até mesmo evidenciar uma visão de mundo característica.

Sangue de Heróis (1948) – John Ford

O teórico Peter Wollen afirma que o herói nos filmes de John Ford sempre transcende por meio do coletivo e das relações históricas com a América.

Ford demonstra um cuidado muito específico, por exemplo, ao filmar cenas domésticas e momentos de comunhão coletiva e familiar. Já a morte, em seus filmes, é solenizada e carrega um peso significativo, refletindo uma abordagem profunda e emocional.

Por outro lado, no caso de Howard Hawks, o herói também transcende por meio da relação com o coletivo, mas essa transcendência não possui a dimensão histórica ou familiar presente nos filmes de Ford.

Em vários filmes de Hawks, os personagens geralmente se fecham em um grupo masculino, e a morte é tratada como algo que faz parte do cotidiano.

Peter Wollen, em seu texto The Auteur Theory, traça diferenças pontuais na maneira como esses cineastas abordam temas como a morte, as relações entre homens e mulheres e a dinâmica familiar.

O Paraíso Infernal (1939) – Howard Hawks

Mesmo que Hollywood possua convenções, a forma como um diretor retrata uma cena de morte ou como mostra um homem se relacionando com uma mulher e sua família já pode revelar algo sobre sua visão e estilo autoral.

Em seu texto La Politique des Auteurs, André Bazin elogia o que chama de gênio cinematográfico americano ao falar sobre Hollywood e o cinema dos Estados Unidos.

Bazin afirma que, para além da excelência técnica, Hollywood produz um cinema espontâneo e autêntico porque, além de retratar a sociedade americana e até cumprir um papel ativo em sua formação, não hesita em expor também as contradições dessa sociedade.

Os críticos mais fervorosos da Cahiers du Cinéma utilizaram vários diretores de Hollywood para defender sua política dos autores, que sustenta que a verdadeira moral de um filme está na sua mise-en-scène, no trabalho de encenação direta de um cineasta, e não meramente em seu conteúdo narrativo.

Nesse sentido, a “mensagem” de um filme não está apenas na história, mas na forma como ela é contada.

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O SISTEMA DE ESTÚDIOS

Durante a Era de Ouro, existiam cinco grandes estúdios, conhecidos como The Big Five, e três estúdios menores. Esses oito estúdios dominavam a produção de Hollywood nessa época.

Os cinco principais estúdios eram: MGM, RKO, Twentieth Century Fox, Warner Bros. e Paramount Pictures. Já os três menores eram a Universal, a United Artists e a Columbia.

Em seu livro História do Cinema, Mark Cousins reflete sobre a origem dos principais estúdios. Com base em algumas de suas considerações, comentaremos um pouco sobre cada um dos Big Five.

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PARAMOUNT

Pacto de Sangue (1944) – Billy Wilder

A Paramount foi fundada em 1912 a partir de outra empresa de Adolph Zukor, um produtor de origem húngara que já investia em nickelodeons.

Mark Cousins diz que a Paramount era o mais europeu dos estúdios, um estúdio mais sofisticado. De fato, a empresa trabalhava com cineastas autorais como Josef von Sternberg, Billy Wilder e Ernst Lubitsch e tinha sob contrato estrelas como Gary Cooper e Marlene Dietrich.

Alguns dos filmes mais importantes de Billy Wilder, que até hoje são marcos de Hollywood, como Pacto de Sangue (1944), foram produzidos pela Paramount. Além disso, grandes clássicos de Hitchcock foram realizados em parceria com a Paramount e distribuídos pelo estúdio.

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WARNER BROS.

Inimigo Público (1931) – William A. Wellman

Em 1923, a Warner Bros. foi fundada por quatro irmãos que já ganhavam dinheiro distribuindo filmes. Os filmes da Warner eram um pouco menos sofisticados do que os da Paramount, mas tinham um grande apelo popular e uma qualidade dramática e narrativa muito específica.

A Warner foi responsável por grandes obras do ciclo de filmes de gângster de Hollywood nos anos 30, como Inimigo Público (1931), e por filmes do ciclo noir nas décadas de 40 e 50, como À Beira do Abismo (1946).

O estúdio produziu grandes filmes com Humphrey Bogart, Edward G. Robinson, Lauren Bacall, entre outras estrelas que tinha sob contrato.

A Warner também produziu O Cantor de Jazz (1927), um dos primeiros filmes sonoros a ter grande relevância. O estúdio criou um processo chamado Vitaphone, um sistema de som sound on disc em que o áudio não era gravado na película, mas em um disco separado que era reproduzido junto com o filme.

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MGM

Cantando na Chuva (1952) – Stanley Donen, Gene Kelly

Em 1924, a MGM foi fundada a partir da fusão de três empresas: Metro Pictures, Goldwyn Pictures e Louis B. Mayer Pictures.

A MGM foi o maior estúdio da Era de Ouro de Hollywood e o que mais lucrou nos anos 30, no auge desse período. A empresa tinha algumas das estrelas mais icônicas do cinema, como Judy Garland, Greta Garbo, Clark Gable e Joan Crawford.

Obras marcantes da Era de Ouro, como O Mágico de Oz (1939), …E o Vento Levou (1939) (em parceria com a Selznick International Pictures) e Cantando na Chuva (1952), foram produzidos pela MGM.

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RKO

Cidadão Kane (1941) – Orson Welles

Em 1929, a RKO foi fundada pela Radio Corporation of America (RCA), que adquiriu uma produtora e uma rede de cinemas chamada Keith-Albee-Orpheum.

A RKO nasceu com o intuito de produzir filmes sonoros. O estúdio utilizava um sistema de sound on film, que gravava o som diretamente na película, tornando o processo bastante sofisticado.

A RKO se tornou famosa por produzir uma série de musicais estrelados por Fred Astaire e Ginger Rogers nos anos 30.

Além disso, o estúdio investiu em filmes de terror. O produtor Val Lewton foi responsável por uma série de produções que definiram várias convenções do terror psicológico nos anos 1940.

A RKO também produziu o clássico King Kong (1933). No entanto, sua contribuição mais icônica para o cinema foi ter produzido Cidadão Kane (1941), de Orson Welles.

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FOX

A Noviça Rebelde (1965) – Robert Wise

Em 1935, a Twentieth Century-Fox foi fundada a partir da fusão da Fox Films com a Twentieth Century Pictures. Depois da MGM, a Twentieth Century-Fox foi o estúdio de maior sucesso da Era de Ouro.

Darryl Zanuck, que chegou a trabalhar na Warner, tornou-se um dos produtores mais importantes de Hollywood através da Twentieth Century-Fox. Alguns dos maiores filmes de John Ford foram produzidos pelo estúdio sob a supervisão de Zanuck, como As Vinhas da Ira (1940) e Como Era Verde o Meu Vale (1941).

Além disso, o estúdio foi responsável por outras obras icônicas, como Os Homens Preferem as Louras (1953), Cleópatra (1963) e A Noviça Rebelde (1965).

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A QUEDA DA ERA DE OURO

Assim como existiram fatores que levaram à criação de Hollywood, também existiram fatores distintos que resultaram na decadência dessa Era de Ouro.

Entre eles, dois se destacam. O primeiro foi a interferência do governo americano no monopólio dos estúdios.

Desde os anos 1930, o governo já investigava algumas práticas dessas empresas. A Paramount, por exemplo, costumava obrigar exibidores a comprar pacotes de filmes, em vez de permitir a aquisição de títulos específicos. No final da década de 1930, alguns estúdios chegaram a ser processados por essas práticas.

Mesmo assim, os estúdios não seguiram todas as regras impostas pelo governo. A partir disso, iniciou-se uma batalha judicial entre as partes, principalmente em torno dessas práticas monopolistas.

Os estúdios venceram alguns processos, mas o governo recorreu à Suprema Corte. No final dos anos 1940, com base em uma lei antitruste do século XIX, a Suprema Corte condenou os estúdios.

A decisão proibiu a verticalização da indústria cinematográfica. Os estúdios ficaram impedidos, por exemplo, de possuir suas próprias redes de cinema. Como grande parte dos lucros vinha desse modelo, a medida impactou significativamente o faturamento dos estúdios e a indústria como um todo.

Essa interferência do governo no monopólio dos estúdios foi um fator determinante para a decadência da Era de Ouro de Hollywood.

Alfred Eisenstaedt

Outro fator igualmente decisivo foi a popularização da televisão nos anos 1950. Aos poucos, a TV se tornou uma grande concorrente do cinema. Antes disso, o cinema era a única forma de entretenimento audiovisual disponível.

Com a chegada da televisão, o hábito de ir ao cinema começou a diminuir. Na virada dos anos 1940 para os anos 1950, muitos americanos se mudaram para os subúrbios. O aumento da taxa de natalidade no pós-Segunda Guerra fez com que essas regiões crescessem, e muitas famílias passaram a preferir ficar em casa assistindo à TV, em vez de ir ao cinema.

Nos anos 1950, já existiam televisores coloridos, e os preços estavam cada vez mais acessíveis, tornando a TV um atrativo ainda maior. Nos anos 1960, boa parte das famílias americanas já possuía um aparelho em casa.

Não há uma data exata para o fim da Era de Ouro de Hollywood. Alguns autores apontam o final dos anos 1940, por volta de 1948, como o marco desse declínio. No entanto, a tradição dos grandes estúdios persistiu, de certa forma, até os anos 1960.

Durante essa década, a indústria cinematográfica entrou em uma fase de crise, mas se reergueu com o surgimento dos blockbusters nos anos 1970.

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Apesar de o sistema de Hollywood ser, com razão, amplamente criticado pelo seu caráter industrial, que reduzia os filmes a meros produtos e, até mesmo, pela sua campanha de dominação ao redor do mundo, não podemos negar que todo o contexto de Hollywood foi um dos mais importantes para a história do cinema por diversos motivos.

Além de ser responsável pela realização de clássicos absolutos, o contexto de Hollywood foi essencial para o desenvolvimento técnico do cinema. O desenvolvimento do som e o advento das cores, por exemplo, devem muito aos investimentos dos estúdios.

Essa industrialização e uma certa relação impessoal com os filmes são, provavelmente, muito mais agressivas nos dias de hoje. Grandes cineastas que, atualmente, poderiam estar trabalhando em grandes estúdios (como Martin Scorsese, M. Night Shyamalan, Kevin Costner e Zack Snyder) encontram dificuldades em financiar seus projetos.

Mesmo o poder entre os grandes estúdios, hoje, é menos diluído, com poucos conglomerados dominando o mercado. A tática da Disney de adquirir propriedades intelectuais para aumentar seu monopólio é bastante agressiva e torna esse contexto bastante previsível e menos autoral em termos artísticos.

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