Devido à colonização europeia, o cinema africano só passa a existir com uma identidade própria após a independência de alguns países a partir dos anos 60.
Além de lidar com a sua herança colonial, os filmes africanos exploram a riqueza e variedade cultural de seus países com um olhar muito expressivo.
Conheça 10 filmes essenciais do Cinema Africano:
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A NEGRA DE… (1966) – Ousmane Sembène
Senegal
Após ser contratada para ser babá, uma mulher do Senegal se muda para o sul da França e passa a ser explorada por um casal.
Ao evidenciar um processo de descolonização do olhar de sua protagonista, Sembène constrói uma das obras mais melancólicas e desoladoras do cinema mundial.
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Ó, SOL (1967) – Med Hondo
Mauritânia
Um homem da Mauritânia vai à Paris procurar emprego e sofre com o racismo e a indiferença dos europeus.
A obra se alterna entre uma abordagem tradicional e momentos conceituais que fazem referências alegóricas ao período colonial.
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CABASCABO (1969) – Oumarou Ganda
Níger
O ator e diretor Oumarou Ganda interpreta o protagonista que volta para a sua cidade no Níger após fazer parte do exército colonial francês na Indochina.
Além de criticar uma mentalidade colonial nas expectativas frustradas do personagem, o filme retrata a sua realidade de muito direto e natural.
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TOUKI BOUKI – A VIAGEM DA HIENA (1973) – Djibril Diop Mambéty
Senegal
Um casal sai de Dakar, no Senegal, rumo à Paris em uma moto.
Mambéty dialoga com tendências modernas do cinema em suas escolhas estéticas ao mesmo tempo que preserva a identidade do Senegal de forma muito cuidadosa em sua ambientação.
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HARVEST: 3,000 YEARS (1975) – Haile Gerima
Etiópia
O filme conta a história de uma família de camponeses que mal têm dinheiro para se sustentar e, em paralelo, mostra um homem rico que explora trabalhadores.
Através de uma estética mais documental, Gerima lida com um drama desolador que foi filmado durante a Guerra Civil da Etiópia.
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FAD’JAL (1979) – Safi Faye
Senegal
Seguindo as tradições da etnoficção, Fad’jal conta a história de uma aldeia Serere e reforça a importância da tradição oral para o contexto africano.
A abordagem de Safi Faye possui uma intimidade e proximidade com aquele entorno que se contrastava com as obras de um estrangeiro como Jean Rouch.
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A LUZ (1987) – Souleymane Cissé
Burkina Faso
A Luz (1987) se passa no século 13 e conta a lenda de um jovem com poderes mágicos que está sendo perseguido pelo seu pai, que quer o matar.
Cissé retrata o aspecto fantasioso de modo muito natural, unindo realidade e fantasia em um mesmo regime de representação.
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O AMOR SILENCIOSO (1989) – Idrissa Ouédraogo
Burkina Faso
Em um vilarejo isolado, um garoto fica amigo de uma idosa acusada de bruxaria. Após a prima do garoto ficar doente, a idosa é a única pessoa que pode salvar a vida da criança.
O filme possui uma grande qualidade estética e nunca cai em uma cosmética vazia ao retratar aquela realidade. É um ótimo exemplo de uma obra que consegue ser tecnicamente virtuosa sem precisar ser apelativa.
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LIVING IN BONDAGE (1992) – Chris Obi Rapu
Nigéria
Um grande marco da produção de Nollywood, o longa conta a história de um homem que passa por dificuldades financeiras e se envolve em um culto satânico.
Mesmo que tecnicamente limitado, a trama é muito bem estruturada e o filme lida com temas pesados de maneira relativamente explícita.
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BAD BLACK (2016) – Nabwana I. G. G.
Uganda
Bad Black (2016) é um filme de ação de baixíssimo orçamento produzido em Campala, na Uganda.
Pertencente à iniciativa de Wakaliwood, ele conta a história de um médico estrangeiro que é roubado pela líder de uma gangue.
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